domingo, 22 de novembro de 2015

Apenas

Não havia me dado conta de que tanto tempo havia passado desde a última vez em que estive aqui. Três anos para ser mais específica. Também não tinha me dado conta que três anos podem passar rápido demais e ao mesmo tempo demoram uma eternidade. Em três anos a vida deu um giro que eu ainda não sei dizer se foi de 360° ou se ainda estou em 180º . Três anos...
Seria muita ousadia querer enumerar em um único post tanta coisa vivida, sentida, e aprendida. Aliás, alguns aprendizados muito retardados algumas vezes, o que é bem natural, tratando-se de mim.
Mas o que eu acho mais "engraçado" de tudo isso, é essa capacidade quase que sub-humana que eu tenho de estar sempre recomeçando. Como se isso fosse um ciclo inacabável. E a cada recomeço uma nova bagagem para carregar...Há quem diga que recomeços são bons, uma nova oportunidade.
Bem, eu acredito que até certo ponto são bons, quando se ainda tem aquela vontade jovial latente da descoberta, que jamais deveria ser perdida, ok! Porém, sempre chega aquele momento em que tudo queremos é ser normal, levar uma vida normal, como um a pessoa qualquer. Do tipo, quero ter um bom emprego, arrumar um bom marido, casar, ter filhos, estou realizada e feliz e, fim da vida. Mas para algumas pessoas, eu realmente quero acreditar que não sou única, as coisas parecem não querer seguir a ordem natural das coisas. Por mais que a gente se esforce muito (E o muito aqui precisa ser bem enfático), parece que no "fim"(de cada ciclo) tudo sempre se esvai e volta para o largada e a gente começa a correr e correr sem saber se algum dia essa corrida vai ter um final, e se tiver se vai ser feliz. E aquela nova bagagem que eu falei que a gente carrega a cada novo começo, começa a ficar cada vez mais pesada, e nós cada vez mais cansados, desejando não ter mais começose  nem fins. Apenas continuidade, apenas normalidade, apenas simplicidade no viver...Apenas! É pedir muito?

Talvez eu volte aqui amanhã ou talvez daqui a três anos, Só queria mostrar que apesar de tudo estou viva. Apenas...

sábado, 20 de outubro de 2012

Medo da Eternidade - Clarice Lispector


Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade.


Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas.

Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou:

- Como não acaba? - Parei um instante na rua, perplexa.

- Não acaba nunca, e pronto.

- Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. Eu que, como outras crianças, às vezes tirava da boca uma bala ainda inteira, para chupar depois, só para fazê-la durar mais. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do qual já começara a me dar conta.

- Com delicadeza, terminei afinal pondo o chicle na boca.

- E agora que é que eu faço? - Perguntei para não errar no ritual que certamente deveira haver.

- Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois que passar o gosto você começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários.

- Perder a eternidade? Nunca.

O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a escola.

- Acabou-se o docinho. E agora?

- Agora mastigue para sempre.

Assustei-me, não saberia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve tinha na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna me enchia de uma espécie de medo, como se tem diante da idéia de eternidade ou de infinito.

Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava aflição. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar.

Até que não suportei mais, e, atrevessando o portão da escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia.

- Olha só o que me aconteceu! - Disse eu em fingidos espanto e tristeza. - Agora não posso mastigar mais! A bala acabou!

- Já lhe disse - repetiu minha irmã - que ela não acaba nunca. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gente pode ir mastigando, mas para não engolir no sono a gente prega o chicle na cama. Não fique triste, um dia lhe dou outro, e esse você não perderá.

Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, envergonhada da mentira que pregara dizendo que o chicle caíra na boca por acaso.

Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre mim.

sábado, 22 de setembro de 2012

quarta-feira, 30 de maio de 2012

bú!

 Eu falei que não demoraria, então cá estou de volta. E vim para ficar, vicê? (Palmas, ê)
Tá bom, a verdade é que em plena madrugada de quarta, exatamente às 4:30h encontro-me totalmente desprovida de sono, justo eu que não brinco em serviço neste quesito.
 Acontece que consegui quebrar o único ventilador que ainda funcionava em meu cafofo, e como no quarto de plebe não têm ar-condicionado estou impossibilitada de dormir porque estou sendo devorada viva por carapanãs, calma, não se trata de nenhuma tribo canibal (um beijo Daniel Filho*, Há.), é que aqui por estas bandas o povo chama aquele bichinho sugador de sangue que provavelmente, se você não for daqui, conhece por pernilongo, murissoca, ou qualquer outra coisa.
Além disso tem o calor, que apesar dos zilhões de banho que já tomei não cessa.
 E depois de ter desistido (por hoje) de aprender a tocar violão e de ter assistido Wagner Moura cantando e desafinando um cadinho de nada, fato este que definitivamente não importa porque ele é um lindo(tietagem mode ON)  no tributo à legião urbana que estava passando na MTV que eu nem sabia que pegava na minha Tv,e inspirada pelas canções de Maria Rita que está cantarolando belissimamente em meu pc, decidi escrever um cadinho de qualquer coisa.Não que eu estive sem opção de coisas para fazer as 4:30h da manhã, porque obviamente tem muitas coisas para se fazer as 4:30h da manhã. 
 Como... e ... e...
 Deixa pra lá, apesar das circunstâncias desagradáveis (malditos carapanãs), ainda acho que está seja uma boa oportunidade para escrever. E mesmo que eu já esteja fazendo isso a mais ou menos 3 paragráfos que foram gastos desnecessariamente com: Ventilador quebrado, carapanãs canibais, Wagner Moura lindo, violão fail e Maria Rita.
Gente, a vida mudou muito de uns tempos pra cá. Tipo upside down mesmo.
É sério gente, as coisas prus rumu de cá tá tudo avesso, de cima pra baixo, virado e revirado.  Vou tentar fazer um breve resumo dos últimos acontecimentos mesmo sabendo que isto retirará um cadinho da nobreza dos fatos. O que eu não lembrar conto depois em futuros posts beleza?
Quem vem sempre por aqui, porque meu contador de visitas não mente pra mim, deve lembrar daqueles meus papinhos caretas de "tô estudando" e coisa e tal. Pois é, consegui passar na prova que gostaria e estou de mudança para SAMPA agora no comecinho de julho. Tipo, foi um período fodástico por N motivos este em que estive me preparando para a tal prova, e como estou resumindo a minha estória que está acumulada em quase um ano e meio, vou deixar para contar os detalhes em futuros posts, já falei.
Então galerê, passei seis meses me preparando para a tal prova e os outros meses dividi em: trabalho, academia, e festinhas cazámigas do peito (porque eu também sou filha de Deus ). Ganhei a vida nestes últimos meses em pelos menos 4 tipos de trabalho. 
O primeiro e talvez mais gostoso(já, já explico) de todos foi numa feira temática natalina que acontece todos os anos em Belém chamada de "vila encantada". Eu que todos os anos visitava a tal feira como mera espectadora, passei novembro e parte de dezembro preparando foundies para a garotada. Depois disto teve um bico digitadora em uma empresa de telefonia, este já era um pouco mais tranquilo, mas o contrato era de apenas duas semanas. Fiquei o mês de fevereiro em casa, coçando, e em março comecei a trampar numa lanchonete pertinho de casa, eu gostei muito de trabalhar lá. Meus patrões eram antes de tudo duas pessoas mui queridas do meu heart, mas por decorrência dos exames médicos que precisei fazer por causa do tal concurso precisei me afastar por uns tempos e contrataram outra pessoa no meu lugar, mas de vez em quando vou por lá dá uma forcinha quando o movimento tá da pesada. Depois deste passei a dar aulas de reforço para crianças e estou até hoje neste ofício de fêssora de purtuguêsi que já está com os dias contados visto a proximidade de minha ida para SAMPA.
Você deve estar a se perguntar onde está a reviravolta que falei, porém prometo que
outro dia conto em detalhes o que vou fazer em São Paulo então entenderão, porque vou agora me entregar aos braços de Morfeu, que demorou mas finalmente chegou.
Beijo gente, inté.


segunda-feira, 7 de maio de 2012

sinal de fumaça

Cá estou na maior cara de pau pronta para me justificar pela 1354878 vez sobre o motivo de minha ausência nesta minha querida blogosfera.
Mas também concordem comigo aqueles seres que ainda habitam este blog que vezinha ou outra tentei forçar a barra e escrever qualquer coisinha ou coisona como sinal de vida.
Nem que seja uma música como representante de meu estado de espírito no momento ou  como tentativa frustrada de tentar descrever aqueles sentimentos mutantes que nem mesmo eu entendo. É ai que a palhaçada do escreve-apaga, escreve-apaga se prolifera.Porém, vale lembrar que alguns textos foram apagados somente por estarem mal-escritos e não por auto-calúnia. Não minha gente, a moça aqui é confusa, indecisa, extremista e às vezes bizonha mas não falta com a verdade.
É só uma questão de tempo(assim espero) e tudo voltará  ser como antes ou melhor do que já foi. 
 Acaba de pensar que aqueles textos apagados talvez sejam a cópia mais fiel de mim no momento. Ando assim, meio mal-escrita também, incompleta e com alguns errinhos de coerência.
E a todo momento tentando me entender num esforço tão parecido com a vontade de descrever o que ando vivendo por ai.INÚTIL!
Ando também um pouco egoísta, sem vontade de compartilhar cada experiênciazinha vivida. Como se compartilhar fosse retirar pouco a pouco a intensidade dos fatos.
Então eu vou vivendo assim, sentindo e observando. Vendo a banda passar e esperando ansiosamente a minha vez de sair pulando atrás do trio.
Prosseguirei observando cheia de expectativa as coisas se ajustarem e quando tudo estiver no seu devido lugar, prometo voltar, com um novo roteiro para compartilhar, desta vez farei questão. Hehe.
Aguardem as novidades, não demoro.
Vou bem ali viver um cadinho e já volto.
Beijo grande no coração!


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"Os fatos são sonoros. O que importa são os silêncios por trás deles." - Lispector

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Ah la la la la la la life is wonderful


A música é celeste, de natureza divina e de tal beleza que encanta a alma e a eleva acima da sua condição. - Aristóteles

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Sonho de Í'carol

Voar voar, subir subir ir por onde for
Descer até o céu cair ou mudar de cor
Anjos de gás, asas de ilusão
E um sonho audaz feito um balão
No ar no ar eu sou assim brilho do farol
Além do mais amar no fim simplesmente sol
Rock do bom ou quem sabe jazz
Som sobre som bem mais bem mais
O que sai de mim vem do prazer
De querer sentir o que eu não posso ter
O que faz de mim ser o que sou
É gostar de ir por onde ninguém for
Do alto coração mais alto coração
Viver viver e não fingir esconder no olhar
Pedir não mais que permitir jogos de azar
Fauno lunar sombras no porão
E um show vulgar todo verão
Fugir meu bem pra ser feliz só no pólo sul
Não vou mudar do meu país nem vestir azul
Faça o sinal cante uma canção
Sentimental em qualquer tom
Repetir o amor já satisfaz
Dentro do bombom há um licor a mais
Ir até que um dia chegue em fim
Em que o sol derreta a cera até o fim ...
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"O mundo está nas mãos daqueles que têm a coragem de sonhar e de correr o risco de viver seus sonhos. " (P. Coelho)