Sempre que assisto algum filme ou leio algum livro, coisas que gosto muito, me pergunto ao final de cada um:
O que eu aprendi com isto? O que eu posso aplicar na minha vida?
Estes dias em que estou de férias tenho ocupado meu tempo desta forma.
Hoje assisti um filme que há um tempo está guardado no meu PC.
Aliás, tenho uma pilha de filmes ainda pendentes para assistir.
Mas hoje assisti o filme “Mary e Max”. É uma animação em stop motion. Eu adooooro filmes em animação mais ainda em stop motion. Para quem não conhece, são aqueles filmes em que as personagens e todo ambiente é feito de macinha. Bem, eu acho que é macinha de modelar.
O filme conta a história de uma garota de 8 anos, 9 meses e 7 dias, como ela diz, que mora na Austrália. Uma criança diferente das demais, tímida. O pai, um trabalhador de uma fábrica de chás e a mãe uma beberrona. Mary não tem amigos e é uma criança cheia de dúvidas.
Um alguém falou pra ela que as crianças eram encontradas dentro de copos de cerveja. Essa era a verdade absoluta de Mary em relação a como as crianças eram feitas.
Certa vez, olhando o catálogo de endereços ela decidiu escrever uma carta para algum norte-americano para perguntar se lá as crianças eram encontradas em latinhas de coca. Aleatoriamente ela escolhe o endereço de Max, um senhor de meia idade, 44, depressivo, solitário, gordo, cheio de complexos e frustrações, morador de Nova Iorque.
Ela escreve para ele e conta sobre sua vida, fala das coisas que mais gosta (chocolate e leite condensado) e faz enfim sua pergunta.
Max responde a carta de Mary, e a partir daí eles se tornam amigos.
A historia vai se desenrolado baseada nas conversas(cartas) de um senhor já desiludido da vida, confuso. Na verdade, ele achava as pessoas estranhas, não tinha grandes planos de futuro, não entendia certas contradições humanas. Isto o deixava deprimido. Por outro lado, Mary, era uma criança que vivia num meio familiar conturbado, deficiente de atenção dos pais, sem amigos, mas que ainda não conhecia muito sobre a vida.
Enquanto Mary com suas perguntas deixava Max muitas vezes angustiado, pois a inocência das perguntas de Mary muitas vezes acabavam mexendo em feridas do seu passado, Mary, ia aprendendo um pouco mais da vida. O interessante é a simplicidade da conversa dos dois, os desejos de ambos, os gostos, e a paixão desenfreada pelo chocolate que ambos nutriam.
Mary era a única amiga de Max e vice-versa. A amizade dura por muitos anos. É possível acompanhar os avanços e os fracassos da vida de Mary.
A história é realmente muito interessante, de uma riqueza enorme de detalhes que no momento não é conveniente contar, mas é impossível assistir o filme sem se deixar tocar pela dramaticidade da vida dos dois que tinham em comum o fato de serem diferentes, marginais, no sentido de estarem à margem da sociedade. Mas que se completavam, apesar das diferenças, dos defeitos de ambos, seus gostos, e a distância.
Passamos a vida inteira na tentativa de tornar-nos seres perfeitos, e isso está certo. A tentativa é bem válida, dependendo do conceito de perfeição de cada um.
Contudo, queremos sempre ser aceitos, entendidos, mas não procuramos entender o outro.
Eu li outro dia num livro que devemos ser aquilo que queremos ser e deixar que os outros sejam aquilo que querem ser.
Não devemos deixar que os defeitos dos outros influenciem na nossa forma de ser, de viver. Mas tenho a certeza de que cada pessoa por pior que seja sempre vai ter algo a contribuir, e são estas coisas que devemos pegar e aplicar nas nossas vidas.
Lembre-se que estamos num constante processo de evolução, você é responsável por aquilo que você é, não culpe ninguém, o ambiente ou qualquer outra coisa, se você não é aquilo que gostaria de ser.
Mas cada dia é um novo dia e você sempre terá “apesar de”, a oportunidade de se melhorar.
É difícil se libertar de velhos hábitos, velhos costumes, velhos paradigmas.
Mas às vezes é necessário romper com o passado para enfim, VIVER o presente.
“Depois de um tempo você aprende que se leva muito tempo para torna-se aquilo que deseja, e o tempo é curto. Por isso plante seu jardim e decore sua alma ao invés de esperar que alguém lhe traga flores.” (Willian Sheakspeare)
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