quarta-feira, 12 de outubro de 2011

...!

“— Por que não escreve mais?
— Não sinto.
— Não sente o que?
— Necessidade. Sabe, não transbordo mais amor.
— Achei que deveria saber.
... — O que?
— Não precisa sentir pra escrever. A gente escreve pra sentir. Pra viver outras vidas. É como se, pelo menos uma vez na vida, escolhêssemos o que vai acontecer e como vai ser. Escritor sem escrever é caneta sem tinta, página em branco. Deveria saber.”
— Pedro Rocha

terça-feira, 6 de setembro de 2011

perfil de um ser eleito

Ainda muito jovem era um ser que elegia. Entre as mil coisas que poderia ter sido, fora se escolhendo. Num trabalho para o qual usava lentes, enxergando o que podia e apalpando com as mãos úmidas o que não via, o ser fora escolhendo e por isso indiretamente se escolhia. Aos poucos se juntara para ser. Separava, separava. Em relativa liberdade, se se descontasse o furtivo determinismo que agira discreto sem se dar um nome. Descontado esse furtivo determinismo, o ser se escolhia livre. Guiava-o a vontade de descobrir o próprio determinismo, e segui-lo com esforço, pois a linha verdadeira é muito apagada, as outras são mais visíveis. Separava, separava.
Separava o chamado joio do trigo, e o melhor, o melhor se comia. Às vezes comia o pior. A escolha difícil era comer o pior. Separava perigos do grande perigo, e era com o grande perigo que o ser, embora com medo, ficava. Só para pensar com susto o peso das coisas. Afastava de si as verdades menores que terminou não chegando a conhecer. Queria as verdades difíceis de suportar. Por ignorar as verdades menores, o ser parecia rodeado de mistério; por ser ignorante, era um ser misterioso. Tornara-se uma mistura do que pensavam dele e do que ele realmente era: um sabido ignorante; um sábio ingênuo; um esquecido que muito bem sabia de outras coisas; um sonho honesto; um pensativo distraído; um nostálgico sobre o que deixara de saber; um saudoso pelo que definitivamente, ao escolher, perdera; um corajoso por já ser tarde demais e já se ter escolhido. Tudo isso, contraditoriamente, deu ao ser uma alegria discreta e sadia de camponês que só lida com o básico. E tudo isso lhe deu a austeridade involuntária que todo trabalho vital dá. Escolha e ajustamento não tinham hora certa de começar nem acabar, duravam mesmo o tempo de uma vida.Tudo isso, contraditoriamente, foi dando ao ser a alegria profunda que precisa se manifestar, expor-se e se comunicar. Passou a dar-se através da pintura. Nessa comunicação o ser era ajudado pelo seu dom inato de gostar. E isso nem juntara nem escolhera, era um dom mesmo. Gostava da profunda alegria dos outros, pelo dom inato descobrira a alegria dos outros. Por dom, era também capaz de descobrir a solidão que os outros tinham. E também por dom, sabia profundamente brincar o jogo da vida, transformando-a em cores e formas. Sem mesmo sentir que usava o seu dom, o ser se manifestava: dava sem perceber que a isso chamavam amor. O dom era como falta de camisa do homem feliz: como o ser sentia muito pobre e não tinha o que dar, o ser se dava. Dava-se em silêncio, e dava o que juntara de si, assim como quem chama os outros para verem também.Pouco a pouco o equívoco passou a rodear o ser: os outros olhavam o ser como uma estátua, como um retrato. Um retrato muito rico. Não compreenderam que para o ser, ter se reunido, fora do trabalho de despojamento e não de riqueza. Por equívoco, o ser era festejado. Mas sentir-se amado seria reconhecer-se a si mesmo no amor recebido, e aquele ser era amado como se fosse um outro ser. O ser verteu as lágrimas de uma estátua que de noite na praça chora sem se mexer. Nunca o escuro fora maior na praça. Até que de novo amanhecia e o ser renascia. O ritmo da terra era tão generoso que amanhecia. Mas de noite, quando chegava a noite, de novo escurecia. A praça de novo crescia em solidão. De medo, os que haviam elegido dormiam: medo porque pensavam que teriam de morar na solidão da praça? Não sabiam que a solidão da praça fora apenas o lugar de trabalho do ser. Mas que ele também se sentia só. O ser prepara-se a vida toda para ser apto ao lado da força da praça. É verdade que o ser, ao se sentir pronto assim como quem se banha com óleos e perfumes, notou que não lhe havia sobrado tempo para existir como os outros: era diferente sem querer. Alguma coisa falhara, porque, quando o ser se via no retrato que os outros haviam tirado, espantava-se humilde diante do que haviam feito dele. Haviam feito dele nada mais, nada menos, que um ser eleito. Isto é, haviam-no sitiado. Como desfazer o equívoco? Por simplificação e economia de tempo, haviam fotografado o ser numa única pose e agora não se referiam a ele, e sim à fotografia. Bastava abrir a gaveta para tirar de dentro o retrato. Qualquer um conseguia uma cópia que custava, aliás, barato.Quando diziam para o ser: eu te amo, o ser se perturbava porque nem ao menos podia agradecer: e eu? por que não a mim também? por que só ao meu retrato? Mas não reclamava pois sabia que os outros não erravam por maldade. O ser às vezes, por uma questão de solidão, tentava imitar a fotografia, o que no entanto terminou por torná-la mais falsamente autêntica. Às vezes ele se confundia todo: não aprendia a copiar o retrato, e esquecera-se de como era sem o retrato. De modo que, como se diz do palhaço que sempre ri, o ser às vezes, por assim dizer, chorava sob a sua caiada pintura de bobo da corte.Então ele tentou um trabalho subterrâneo de destruição da fotografia: fazia ou dizia coisas tão opostas à fotografia que esta se eriçava na gaveta. Sua esperança era tornar-se mais vivo que a fotografia. Mas o que aconteceu? Aconteceu que tudo o que o ser fazia só ia mesmo era retocar o retrato, enfeitá-lo.E assim foi indo, até que, profundamente desiludido nas legítimas aspirações, o ser morria de solidão. Mas terminou saindo da estátua da praça, com grande esforço, levando várias quedas, aprendendo a passear sozinho. E, como se diz, nunca a terra lhe pareceu tão bela. Reconheceu que aquela era exatamente a terra para a qual se preparara: não errara, pois, o mapa do tesouro tinha as indicações certas. Passeando, o ser tocava em todas as coisas e, mesmo solitário, sorria. O ser aprendera a sorrir sozinho.


Clarice Lispector

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Notícias do lado de cá.

E hoje estou na iminência de mais um resultado de provas.


E tamanha é a ansiedade que não consigo fazer nada de muito produtivo hoje, (tipo estudar, oi?) 
E o meu pé esquerdo já está para se desligar do meu corpo e sair andando sozinho de tanto “tic-nervoso.”
Se minha mais nova amiga - “a carioca” (e como ela gosta de me lembrar isso. Rá)-
me visse neste momento,  aposto que me diria:
“Pára com essa falta de sossego ai embaixo menina.” 
(Conheço meu povo. Rá)
Mas não estou desesperada, pois meu professor e também mais novo amigo Fernando  me disse outro dia "que a gente colhe o que que planta". (Jesus disse isso também? O.õ)
Então espero não ter somente jogado sementes na terra seca .

E agora tô aqui no pc tentando aliviar a tensão escrevendo um pouquinho sobre os últimos acontecimentos da minha vida durante estes meses em que estive parcialmente off-line.

Aff! Agora me lembro que há tanta coisa que não foi dita que sei nem por onde começo.
E estão me vindo a cabeça várias memórias de coisas que deveriam ter sido ditas aqui, mas que não foram e que agora já não tem importância.
É, eu bem sei que sou a rainha na arte de procrastinar. (não me orgulho disto!)
Então vamos lá, farei a lista dos acontecimentos mais importantes destes últimos meses. Mas vou logo avisando: Não espere grandes coisas como “pulei de pára-quedas OU pintei o cabelo de vermelho cereja.”


Vou começar...
- Minha tia, após 12 anos de casamento e algumas, na verdade foram muitas, tentativas teve seu primeiro bebê. Um príncipe, Israel. Lindão! (pra mim é o Rael da tia, ops... prima!)
E minha prima que também tinha dificuldades para engravidar também trouxe ao mundo nossa linda princesa: Sophia! (agora sim, a princesa da tia! hehe)
Ou seja, agora tenho um príncipe e uma princesa. As coisas mais cuts, mais fofas e mais dotosas da "tia". . (momento corujice!!)
Aliás, este papo de "tia" só me lembra ainda mais o fato de que estou ficando velha
É claro, eu estou sempre ocupando minha cabeça com caraminholas.
Então nestes últimos dias cismei que estou ficando velha. (Na verdade não é cisma, afinal,  pode o tempo voltar!? =S)
Mas o que me impressiona, é a velocidade com que as coisas estão acontecendo...
Meu pai fez 50 anos este ano. Diga-se de passagem --> Tá inteiraaaaaço meu coroa! (e com cedilha mesmo. Ruum!)

Minha irmã depois de muito enrolation está de casamento marcado. Agora vaaai, né maninha!?haha (ela vai me matar, eu sei)
Já tem  mais de um semestre que não tenho mais minha avó materna.
E alguns meses sem minha linda filha que também se chamava Sophia. (minha gatiênha, lembras?) Ela sumiu misteriosamente. E se não se importam, não quero falar sobre isso agora, conto detalhes de seu sumiço depois.Outro dia quem sabe... Ainda tenho esperanças de encontrá-la.

Quê. Eu?
 Ahhhh...
Sobre mim, nada de muito relevante para contar. Não tô grávida e muito menos de casamento marcado. Rá!!
Continuo na minha vidinha marrom. (marromênos, sakô?)
p.s a piada foi só para ratificar que não nasci para a comédia, porém não há dúvidas de que nasci para o riso. Dou uma ótima platéia, olha.
 Ainda to cumprindo aquela já conhecida rotina de estudos. Que ninguém gueeennta mais ouvir, e nem eu falar.
 Ahh, voltei a morar com meus pais - tipo, eu falei que tinha saído de casa, né? O.O - 
Se não falei vou falar agora. Não foi assim aquela radicalizada de adolescente (e eu nem sou mais adolescente, oÔh vida cruel!eu nem sequer briguei com meus pais(Amém, por isso). Foi por comodidade mesmo. Estava morando com minha irmã por um tempo, já que ela mora bem mais próximo do meu curso.
Mas agora to com meus Véios de novo. "Comidinha da mamãe é o que há!" 
Meu cabelo cresceu uns cinco centímetros, (sério, ta gandão assim Ô), e emagreci
Mais uns dois quilos desde a última vez que falei isto aqui.
(Tinham que ver meus olhos brilhando ao escrever isto, haha)
Acabo de lembrar que não falei isso também né? Mierda!o.O
Total: 7 quilos perdidos. E espero não reencontrá-los novamente. U.U
Porém, infelizmente tive que parar de correr por causa das provas que se aproximavam. Pretendo voltar logo.
Eu realmente estava (estou!) precisando de mais tempo para enfiar tanto cálculo na minha pobre caixola.
Já fiz a minha first prova das três as quais me comprometi em fazer este ano.
Que por sinal, é a que considero mais importante.
 Mas as "piores", ou melhores, dependendo do ponto de vista ainda estão por vir.
Porém, meu corpo já está pedindo "CALMA" como disse outro dia  a Danny Halliday
( escrevi certo? ieieoeie)
E minha mente , como diz minha mãe: "Tá só pela misericórdia."
No entanto. Continuo ca-mi-nhan-do e can-tan-do e se-guin-do a canção. Rá

No mais... aqui dentro do meu pacato e obscuro mundinho interior  anda tudo bem e na mais santa paz divina.Amém!
E , apesar de tudo e de toda essa correria do dia-a-dia, agradeço a Deus por todas as experiências que tem me proporcionado este ano.

Sei que ainda tem "muito chumbo grosso" pela frente. Haha

E vamúhh, que vamúhh!

PS. E vamos mesmo, pois o sinal acabou de tocar, e ele faz questão de sempre me trazer de volta para o mundo real.

Então...
Já que o dever me chama, e mesmo que meus dedinhos ainda estejam nervosos digitando sobre o teclado vou ficando por aqui.
Com saudade e gostinho de quero mais.

Xêro! *-*

terça-feira, 2 de agosto de 2011

I'm here

Talvez este não seja o momento ideal para voltar a escrever. Visto que a inda não terminei por completo minha missão, sabe aquele velho de papo de estudar né? pois é...
Mas já estou a um passo de terminar.( E que os anjos do céu digam amém.)
Mas o cansaço todos os dias tem me batido a porta óóhh, danado. Não quer me largar mais.
Mas não vou entregar os pontos, não depois de já ter lutado tanto.
E vamos esperar para ver no que isso vai dar.
Mas não vim falar sobre isso, embora já se tenha ido um parágrafo inteiro.
Vim matar um pouquinho a saudade, e também uma curiosidade que já martelava em minha cabeça:
Ainda sei escrever?
Talvez este post não seja suficiente para me responder, mas estou me sentindo muito feliz por estar digitando cada letrinha nesse teclado. Já é um bom começo não?

Mas hoje é dia 02 de julho, e significa que já passamos da metade deste ano.
Estou empolgada com este novo semestre. Tenho planos megalômanos para este. Rá
Não sei se conseguirei cumprir todas as metas que fiz para este ano. Espero que sim.
Mas não ficarei triste caso me aconteça o contrário, pois muito tenho aprendido com tudo isso. Com o tempo e...
Isso já fez valer a pena!

Prometo que não demoro, e não demoro mesmo!

bjinhos!




quarta-feira, 29 de junho de 2011

Quando você vai perceber que Viena espera por você ?


Música tema de um de meus filmes favoritos, embora seja comédia romântica. =)
Contudo já o assisti pelo menos umas 125478963 de  vezes.
E esta música de Billy Joel...
Ainda faz muito sentido para mim.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Do lado de cá ;)

Se a vida às vezes da uns dias de segundos cinzas



e o tempo tic taca devagar


Põe o teu melhor vestido, brilha teu sorriso


Vem pra cá, vem pra cá


Se a vida muitas vezes só chuvisca, só garoa


e tudo não parece funcionar


Deixe esse problema à toa, pra ficar na boa


Vem pra cá






Do lado de cá, a vista é bonita


a maré é boa de provar


Do lado de cá, eu vivo tranquila


E o meu corpo dança sem parar


Do lado de cá, tem música, amigos e alguém para amar


Do lado de cá










A vida é agora, vê se não demora,


Pra recomeçar é so ter vontade de felicidade pra


pular






Do lado de cá, a vista é bonita


a maré é boa de provar


Do lado de cá, eu vivo tranquila


E o meu corpo dança sem parar


Do lado de cá, tem música, amigos e alguém para amar


Do lado de cá






sexta-feira, 22 de abril de 2011

Somewhere Over The Rainbow

Foi ao final de mais um dia “rotineiro” de obrigações. Quando voltava pra casa, depois de uma “agradável” viagem de busão lotado, com direito a “baculejo policial.” Rá.

Não sabia definir exatamente o que sentia, mas precisava o quanto antes chegar em casa.
Era como se algo quisesse sair de dentro de si. Parecia que estava sendo estrangulada, pois o ar muito lhe faltava naquelas horas.
Por vezes sentiu vontade de gritar, só para ver se aliviava toda aquela tensão. Mas não podia, ou o vexame a deixaria ainda pior. Queria naquele momento apenas chegar em casa para então recolher-se em seu quarto.Seu refúgio.

Chegou; e cansada e atormentada correu para o quarto com um único intuito:
Abrir a janela do quarto e sentir no rosto aquele ventinho frio de começo de noite.
E assim o fez. Fazia tempo que não abria aquela janela.
E logo pôde ouvir, mesmo que baixinho a música que vinha da casa ao lado.
É claro, logo reconheceu aquela voz.
Pois a ouviu por todas as manhãs de sua infância, no carro do pai, a caminho da escola.
Era Roberto, cantando pra ela naquela noite...
“É preciso saber viver, é preciso saber viver. É preciso saber viver. Saber viver. Saber viverrrr, ei, iiiêii. ”
Ela então respirou fundo. Tão profundo quanto pôde, e chorou.
Naquele momento permitiu-se então, chorar. Era isso o que precisava.
Chorou como se estivesse perdido um parente querido, um amigo, não sei.
De fato, ela havia perdido. E por isso chorava. Chorava de alegria.
Não era a primeira vez que chorava uma perda. Contudo, era a primeira vez que se sentia alegre por isso.
Ela havia perdido o que não gostaria nunca de ter encontrado.
Ela havia perdido os sentimentos menos nobres que alguém gostaria de ter (medo, tristeza, solidão, mágoa, etc.), mas que de forma alguma conseguia expeli-los de dentro de si.
Enganou-se por muitas vezes. Pois em muitas destas, pensou que eles já não existissem mais.
Tudo ilusão. De tempo a tempo eles reacendiam dentro dela como se precisassem  lembrá-la de que eles ainda estavam lá.
Ela não os queria dentro de si mas não sabia o que fazer para retirá-los tão logo quanto pudesse de sua vida.
Mas naquele dia, aconteceu.
Não era um dia especial, nenhum acontecimento esperado ou inesperado poderia ter acontecido para deixá-la naquele estado de tamanha euforia.
Mas algo sem dúvida havia mudado. Não no mundo exterior onde andou vagando por um tempo, e sim dentro dela.
Há tempos, não muito distantes. Cansada de lutar contra os “tais sentimentos indesejados”
Ela decidiu sair do seu casulo. Arrumou as malas e levou consigo apenas os sentimentos mais nobres, os poucos que ainda lhe restavam.
Saiu rumo ao mundo exterior, onde as coisas realmente acontecem e onde o tempo...Hum, não pára.
Foram dias difíceis estes em que esteve fora. Fora de si, digo.
Mas ela realmente precisa sair de si, à procura daquele sorriso, que já não era o mesmo de antes. Aquele no qual só os amigos verdadeiros sabiam descrever.
Queria de volta também seus olhos.
Que apesar de ainda manterem sua bela cor-de-mel,  já não tinham o mesmo brilho de antes.
Há tempos que já não era mais a mesma.
Risonha, tagarela, aquela que era conhecida como a “palhaça das amigas.”
Ao contrário disto, havia se tornado lacônica. De meias, poucas, e tortas palavras. Daquelas que saem pelo canto da boca, sem nem mesmo enrijecer um músculo da face. (E olha, que  ela nunca teve um AVC tampouco ousou usar botox. A idade ainda não lhe apontou tais debilidades e necessidades). Rá!
E foi para longe do seu pequeno e chulo mundinho interior.
Passou a observar, e como diz o RAPPA: “E só observar...”
Afinal, esta ainda era uma forte característica sua. A observação.
Observou tudo. E viu a vida nos seus mais íntimos detalhes.
Viu beleza nas flores. Sentiu a brisa do mar. O céu branquinho de uma bela tarde. O saboroso gosto do pão quentinho de todas as manhãs. Sorrisos de crianças. Viu fotos de sua infância e adolescência. Sentiu o abraço sincero Da família. Viu ternura no telefonema de um amigo. Viu vontade de viver na enfermidade de um pequenino ser. Recebeu o amor incondicional de um animal. Viu e sentiu um novo sonho profissional nascer. Viu também o nascimento de novas amizades. Viu olhares desejosos em sua direção. Viu o amor dos amigos quando lhe fizeram uma surpresa deaniversário.
Viu até mesmo o grande aprendizado adquirido com experiências passadas.
E estava tudo ali, diante de deus olhos que de tão cega que estavam não podiam enxergar tamanhas preciosidades.
E então agradeceu a Deus, sim a Deus, aquele o qual na bonança o expulsou de sua vida.Agradeceu pela oportunidade maravilhosa de poder viver e presenciar tudo isso.
Foi então que percebeu que já estava voltando para dentro de si. E já não trazia consigo aqueles sentimentos negativos de outrora. Mas um coração puro novamente.
Sem mágoas, sem raiva, sem rancor.
Trazia apenas um coração livre e uma sensação interior boa que há tempos não sentia.
Paz de espírito.

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"...Oh, Somewhere over the rainbow way up high
And the dream that you dare to, why, oh why can't I? "


 

sábado, 26 de março de 2011

Até breve...

Não sei se minha ausência foi sentida durante estes quase três meses sem escrever.
Não vim justificar minha ausência embora tenha motivos sólidos.
Por mais que eu esteja passando novamente por um período conturbado de estudos,
Confesso que esse não foi o principal motivo de meu sumiço.
Por vezes tive vontade de vir aqui e escrever tudo o que está acontecendo comigo nestes últimos tempos. Muitas coisas aconteceram nestes poucos meses, umas boas outras nem tanto...
Como as minhas dificuldades em aprender matemática e física, minhas novas amizades, a relação com minha família, superações, o sumiço de minha gatinha, os novos sonhos, enfim...
Mas não quero tornar este blog novamente o que dele já fiz um dia:

“ um descarrego de emoções.”

Não! Quero compartilhar com os outros apenas o que eu tenho de bom pra oferecer. Nada de ficar por ai espalhando negatividade.
Talvez seja por isso que eu não escrevo há um bom tempo, rs.
Não que eu só tenha coisa ruim para oferecer.
Talvez eu até tenha algo de bom em mim para oferecer ao mundo, mas de alguma forma me sinto bloqueada em compartilhar com outras pessoas minhas experiências.
Acho que isso ainda é reflexo de sentimentos mal-curados que impedem que eu me abra novamente para o mundo.
Por isso preferi me ausentar por um tempo. Para evitar sair por ai falando coisas que não gostaria de falar e nem mesmo sentir.
Não foram uma, duas ou três as vezes que me sentei em frente ao computador na tentativa de escrever tudo aquilo que estava sentindo: novas descobertas, novas experiências, novos sonhos, novos planos, medos, esperanças, enfim.
Falar sobre tudo o que se passa dentro e fora de mim neste momento.
Mas nada. Era só começar a escrever e logo sentia meu texto vazio, mecânico, sem vida.
E ficava a pensar o que estaria acontecendo comigo, cadê todo aquele “sentimentalismo”, aquela vontade de compartilhar pra “Deus e o mundo”, cadê a emoção que eu sentia quando escrevia “cada pensamento no papel?” Onde foi parar tudo isso?
Nem é por falta de inspiração, porque tenho roteiro pra dar e vender, olha.

Então o que seria meu Deus?

Porque justo agora quando tanta coisa tem acontecido eu não consigo fazer aquilo que mais gosto!? Escrever.
Foi quando fui perceber o efeito que tantas mudanças têm provocado em mim.
Todas essas mudanças tem gerado em mim algo que algum tempo atrás eu procurei ter, ou melhor, necessitava ter e não consegui desenvolver. A tal da racionalidade.
Essa maneira impessoal de viver que alguns chamam de” umbiguismo”( é de umbigo mesmo), outros chamam de egoísmo, outros chamam de amor-próprio. Com eufemismos ou sem eufemismos, não importa.
Estou feliz com a pessoa que estou me tornando. Mas tenho tanto medo de me tornar uma pessoa “oca.” (como me disseram outro dia)
É essa falsa idéia que tenho na minha cabeça de sempre querer ser os extremos.
Poxa não dá pra ser um pouquinho de cada coisa, hãm?

Se sou emotiva, sou muito emotiva. E se tento ser um pouco mais racional... torno-me “oca”?

Hauhsuahsuhshaus

Bem, Não sei onde tudo isso vai dar.

Não sei se vou conseguir voltar a escrever como antes ou se encontrarei uma forma de lhe dar com tudo isso.

Não sei se vou demorar novamente...

Tampouco sei se sentirão minha falta...

Contudo, espero trazer boas notícias em minha volta.

E se por acaso não trouxer, bem, sem dúvida já valeu a pena o aprendizado.

Um abraço!

 

p.s Mesmo que as coisas ainda me pareçam impossíveis no momento, eu continuo a acreditar que tudo vai dar certo.




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“A fé é a certeza das coisas que não se vêem e a convicção dos fatos que se esperam.” (Bíblia Sagrada)
 

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

2000, nussinhora!

Hey, e só agora fui perceber que já chegamos a marca das 2000, ou melhor, 2044 visitas no blog "personagens-do-eu.blogspot.com" Ando tão atarefada  que tenho encontrado pouco tempo para escrever aqui. I'm Sorry!

Nada de extraordinário se comparado a outros blog's. Mas vou confessar que ainda me assusta o fato de saber que tem gente que gosta de ler o que escrevo, rs.
Na verdade, tenho muitas outras coisas para confessar a respeito deste blog.
A primeira delas é que já pensei em mudar este nome (personagens do eu)  no mínimo umas 152369787445122  de vezes. Rá
Às vezes acho este nome muito infantil, mas nunca consigo pensar em algo melhor.
Acho que tenho é preguiça de pensar em outro nome, hehe.
É difícil dar nome as coisas, eu acho.
O nome, apesar de ser "só um nome." Tem um poder simbólico muito grande, afinal, acaba se tornando parte da identidade da pessoa.

Preconceitos à parte, ou melhor, em toda parte, hehe, mas quem é que gostaria de se chamar Astrogilda, Jurubeba  ou Maria Marciânia?   (Deus queira que nenhuma pessoa com um destes nomes entre nesse blog, rá) =X
Tá entendo o que eu quero dizer?
o.O

Outra confissão, também já troquei 256978741258 de vezes o template de meu blog à procura de algo que pudesse expressar um pouco de mim. Algo relacionado com minha personalidade.
Resultado: Cansei de procurar e deixei o template todo branco. E por incrível que pareça foi o que mais gostei até agora.
# Conclusões:
1-Ou eu realmente não me entendo ou sou  bem difícil de se entender. (Oi?)
2-  Talvez o branco realmente seja a melhor cor para expressar um pouco de mim:
sem graça. básica, neutra...Contudo, segundo a física o branco é formado por outras sete cores:Vermelho, alaranjado, amarelo,Verde, Azul, Anil e Violeta. (Viu só como tô aprendendo? hehe)
Sakô!? Pegou a idéia?

^^
 últimas confissões de hoje...
- Já escrevi só para aliviar dores emocionais.
- Não gosto de Rêler o que escrevo, pois sempre acho patético depois de um tempo.
- Gosto de escrever. Embora não saiba fazê-lo muito bem.
- Escrever hoje tornou-se uma terapia para mim. Escrevo, e tento aprender com aquilo que escrevi.
- Ás vezes tenho uma idéia brilhante para usar em meu texto. Depois descubro que minha idéia não era tão brilhante quando percebo que outras pessoas pensaram a mesma coisa.
 E acabo me acômodando e deixando de escrever o que queria.
- Já quis escrever sobre tudo e acabei não escrevendo nada!
- Tenho muitos textos guardados que não tive coragem de postar. Um dia talvez...
- Tudo que escrevo não é meu. São conhecimentos adquiridos atráves de livros. 
Clichê de hoje: - Você é aquilo que você lê. Fato!

- E omais óbvio de todos: - Sou clichê. I Love Clichê!

E por fim...

Confesso que minha sinceridade e meu coração é que me fazem escrever tudo o que posto aqui...

Sinto, logo escrevo!

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Ame um animal

Lembro-me de quando falava que odiava gatos. Eu os achava muito falsos. “Eles vão chegando aos pouquinhos, te dão carinho e quando você menos espera te dão o bote e te deixam um enorme arranhão de presente.”
Era assim que eu pensava antes de ter uma gata, rs.
No ano passado tive uma experiência onde fiquei um período convivendo com gatos que acabei gostando da experiência. Os achei tão fofinhos e companheiros, manhosos e, bem... adorei.
Há mais ou menos seis meses atrás apareceu uma gatinha pequenina na minha “antiga casa.” Devia ter aproximadamente um mês de vida, por ai.
 Ela é toda branquinha, mas o rabo é meio preto e bem peludinho, tem olhos azuis.
Não sei por que, mas logo que a vi não quis mais largar. Achei a coisa mais fofa do mundo. Tratei de dar um banho e um nome, é claro: Sophia!
Ninguém acreditava que eu realmente ia querer ficar com aquela gatinha.
Comprei um cestinho, ração, coleira, e tudo mais que ela precisava naquele momento.
Fiquei cuidando dela. Até que um dia ela sumiu.
Fiquei muito triste, pois quando cheguei da faculdade me deram a notícia de que ela tinha fugido. Não entendi porque ela teria fugido, eu cuidava bem dela, acho.
Passaram um, dois, três dias... uma semana!
E adivinhem quem apareceu de novo?
SOPHIA! (com PH heim!?)
Hahaha,  fiquei feliz em tê-la de volta. Só então fui perceber o quanto já estava ligada a aquele animal.
Então me lembrei do quanto que eu tinha preconceitos com os gatos e olha só, hoje minha gatinha já está bem grandinha. Ela ainda era um bebê quando chegou. (hehe)
Ela é linda e muito danada também. Adora morder as coisas, os pés principalmente, mas não é toda hora, hoje ela já parou mais com isso. É muito manhosa. Dizem que os animais imitam os seus donos. (hehehe)
Ahhh,  é bem gordinha também. Uma fofura! (Nem vem que eu já emagreci tá? U.U RS)
O fato é que Sophia me mostrou que ás vezes nos privamos de certas experiências que podem nos trazer muita alegria por preconceito ou outras coisas bobas. E também me ensinou que devemos deixar aquilo que amamos livre para fazer suas escolhas e Sophia por algum motivo voltou pra minha vida.
Sophia é muito companheira. Às vezes quando me sinto só, parece que ela sente e logo trata de deitar junto comigo. Como se ela, ou sei lá, a vida estivesse me dizendo que há muitos motivos para ser feliz. Até mesmo nas coisas pequenas e que muitas vezes consideramos insignificantes.
Os animais são os únicos seres capazes de te dar amor incondicional, quer dizer, fora o amor de mãe como dizem, né?
Mas é impressionante, às vezes cobramos amor de pessoas que não podem nos dar. Não que não queiram, mas como li outro dia: “Tem pessoas que nos amam, mas não sabem como demonstrar ou viver isso. O que não significa que eles não nos amem com tudo o que podem.”
Às vezes queremos ser amados à nossa maneira. Mas isto está fora da realidade humana.
Descobri que não existe amor incondicional, exceto, o amor de mãe como falei.
Descrevendo de forma bem patética o amor, o amor de forma geral. Posso dizer que ele é uma plantinha que precisa todo tempo de cuidados para continuar crescendo saudável. Se a gente pára de cuidar, ele morre. E se a gente cuida muito, também morre. É preciso saber dosar a quantidade de cuidados para que assim cresça forte e saudável.
Mas tá bom de falar disso...hehe ¬¬º
Tem certas coisas que por mais que a gente fale ou que até mesmo saiba, não adianta. Só se aprende realmente com as experiências.
Por isso ame um animal. Tudo bem que eu realmente estou cheia de marcas e arranhões de SoPHia, porém, nada se compara a alegria que ela me proporciona.
Os animais vão te amar sempre. Mesmo quando você não lhes der muita atenção ou quando você brigar com eles por conta de alguma mau-criação. Até mesmo quando você estiver cansado, mal-humorado, não importa. Eles te amarão sempre.
Ahhh, já ia esquecer de dizer que minha casa agora vive rodeada de gatinhos candidatos a tirar a virgindade de minha gatinha, rá.
Sophia é muito disputada, eu já disse aqui que os gatos se espelham nos donos?
hauaushuash, brincadeirinha. (tá se achando!)
É puro ferormônio, instinto selvagem... hehe
Eu já conversei com ela e tal’s, passei os papos, haha.
- Juízo minha filha, juízo! Oieoieoioe
Minha avó diz que sou doida de ficar falando com uma gata.
Às vezes acho que sou mesmo, hahaha.

Acho que studar da afetando meu juízo.É, eu tenho juízo gente!
Só esqueço de usar de vez em quando, êêhh!opaksppaks

Sério, a rotina tá me matando, mas eu supero. Certeza!
bjitos Gente!

 p.s tenho que ir, pois agora o tempo é cronômetrado, rs. PeloamordeDeus!

sábado, 15 de janeiro de 2011

Chora Brasil

Não há como assistir os noticiários e se mantêr impune a comoção gerada pela tragédia que assola a região Sudeste do País.
Mesmo estando aqui na porção norte  e tendo que acompanhar tudo pelas telinhas, é quase humanamente impossível não deixar se tocar pela onda de desespero que estão passando os moradores daquelas áreas atingidas.
Pais que ficaram sem filhos, filhos que ficaram sem pais, famílias inteiras que se foram, amigos, vizinhos, parentes...
Histórias de uma vida inteira que se perderam em meio aos destroços.
Aqueles que conseguiram ao menos ficar com suas vidas, ainda conseguem agradecer por tal feito. Mesmo sabendo que a partir deste incidente terão de recomeçar a vida do zero, do nada.
A canção do poeta faz o fundo musical da nova vida destes,  “Caminhando contra o vento sem lenço e sem documento, eu vou...”
E a gente fica aqui do outro lado  tentando acreditar que tudo isso está acontecendo aqui no nosso país.
Mas sempre vem aquele velho papo de observar “o lado bom das coisas ruins.”
Eu fico a me perguntar se é possível que alguém que esteja acompanhando os acontecimentos no Rio, ainda tenha coragem de reclamar quando tiver que comer a comida de ontem que está na geladeira.
Ou que vai xingar os céus quando se molhar com aquela chuvinha fina de fim de tarde.
Ou que vai culpar Deus por não ter a vida “boa” que gostaria de ter.
Não há como não deixar se tocar por tudo o que nós brasileiros estamos presenciando, mesmo que de tão distante.
Nem a mais fria das criaturas...
Contudo, tem gente que só consegue ver aquilo que lhe está diante dos olhos.
Eu ouvi alguém dizer: -“É o fim dos tempos, este mundo está perdido mesmo.”
Os fatos mostram muito mais do que revelam as imagens da tragédia.
Casas, pessoas, e cidades destruídas me fizeram acreditar que o ser humano não é tão cruel como muitas vezes parece ser...
Ao contrário, me fizeram ver que o individualismo que a cada dia se torna mais expressivo em nossa sociedade não foi capaz de destruir o sentimento de solidariedade.
Eu vi no meio daqueles destroços, pessoas que deixaram suas casas para estar ali naquele lugar ajudando aqueles que tanto precisam de ajuda.
Eu vi uma senhora que foi salva por seus vizinhos sendo puxada por uma corda.
Vi a história de um pai que foi capaz de suportar horas soterrado, abraçado ao filho ainda recém-nascido para protegê-lo.
Vi uma criança que sem entender exatamente o que acontecia, sorria.
Vi alimentos e roupas chegarem de todas as partes do país.
Vi Também uma jornalista que deixou o profissionalismo de lado quando não mais pode se contêr diante de tanto desespero, e chorou diante das câmeras.
Vi vizinhos e/ou desconhecidos abrigando pessoas em suas casas...

E tenho absoluta certeza de que aqueles que conseguiram sobreviver a tragédia, jamais entenderão a vida da mesma forma que antes do acontecido.
Não é necessário que aconteçam tragédias como estas para que possamos perceber o quão frágil é a vida. Que este corpo de carne e osso não é nada a não o ser o que já foi dito.
Mas que apesar de tudo devemos ser gratos pelo pouco ou pelo muito que temos.
E que estar vivo pode ser a maior benção de todas. 

Agora só nos resta torcer e pedir aos céus, a Deus, ou a seja lá o quê que tu acreditas em favor daquelas famílias. Que elas encontrem paz e força para recomeçar.