sexta-feira, 25 de junho de 2010

Obrigada por devolver-me o sonho

Não poderia deixar de falar do que aconteceu nesta quarta-feira 23/06. Uma experiência que guardarei pra sempre em minha memória.
Minha prof. de oficina de texto conseguiu quebrar um tabu existente na relação professor X aluno. 
Quem é prof. entenderá o que quero dizer e quem é aluno ou já foi, também.
Desde que o mundo é mundo que o homem luta por liberdade de expressão. Já progredimos bastante mas ainda falta muito e muuuito. Este é um assunto muito amplo que renderá um bom caldo, mas vou limitar-me a falar sobre o que acontece dentro de uma sala de aula.
Ainda existem muitos alunos que acreditam que o professor é um monstro terrível que adora  nos punir com notas malditas. Fazem da figura do professor uma ameaça para sua saúde acadêmica e esquecem muitas vezes que o professor é também um ser-humano como outro qualquer e que escolheu uma das mais difíceis profissões,a qual considero a mais importante de todas, educar.
Por outro lado, muitos professores também são autoritários demais e pensam que amedrontar os alunos seria uma forma de impor respeito.
Enfim, situações como estas tornam difícil a relação entre o professor e o aluno, criando assim um distanciamento entre ambos.

Durante toda minha vida tive inúmeros professores. Porém lembro ainda de cada um.
Assim como dizem que o professor nunca esquece de seus alunos, eu nunca esqueci dos meus professores.
Lembro da minha primeira prof. no jardim I. Acredita??
Tenho um déficit de memória recente, mas minha memória antiga é muito boa, tá!? U.U
E pra você não dizer que eu estou mentindo ela chamava: "Tia  Naná" (ieoieoieo)
Então... lembro dela com muito carinho, assim como lembro de outros com o mesmo sentimento. Outros não lembro com tanto carinho assim, mas sei da importância que todos tiveram e ainda têm para minha formação.

E nesta última quarta-feira minha professora de oficina de texto (tô me coçando para não falar o nome dela, hehehe) provou que é posssível rômper estes paradigmas que eu considero bobos e tornar a relação entre professor e aluno uma relação amigável.

Seria uma aula como outra qualquer não fosse o filme que a professora decidiu passar para nós assistirmos.
O filme chama: "a voz do coração". Não vão se confundir como eu fiz na sala de aula e paguei maior mico, não é "o som do coração" e sim a "voz". 
Ahhh! mas que é parecido isto é.

Este filme é lindo eu aconselho você a assitir, gostei muito.
Ele conta a história de um professor que apesar dos pesares de sua profissão deu tudo de si para ensinar através da música uma nova forma de viver para seus alunos.
Não entrarei em detalhes por que quero que você assista. Vale a pena!!

Não. Não tô ganhando comissão pela propanga.RÁ

No decorrer do filme senti por várias vezes minha garganta ficar apertada,  e ao mesmo tempo perguntava-mer qual seria a intenção da prof. ao passar este filme para assistirmos.
E já quase no final do filme meus olhos estavam apertadinhos tentando impedir que deles caisse algo indesejado.

 "Mas eu sou uma banana chorona mesmo, um filmizinho desse e eu já quero chorar. Fala sério" (pensei)

Quando o filme acabou e as luzes se acenderam, eu olhei ao meu redor e vi várias pessoas enxungando os olhos, outros assim como eu com os olhos ainda vermelhos, segurando-se para não chorar.
 Dentre estas pessoas minha professora.
Minha primeira reação foi querer rir como sempre. Quem me conhece sabe que tenho sérios problemas quanto a isso, sempre rio na hora errada. Acontece que achei muito engraçado ver todos chorando, afinal eu estava me sentido uma idiota por estar com vontade de chorar e quando vi todos chorando me senti aliviada. (hihihih)

Todavia, logo que minha professora começou a falar, aquele nó na garganta voltou...
Ela primeiro pediu desculpas por ter se emocionado tanto, em seguida explicou o por quê de tanta emoção...
Falou que seu pai havia falecido recentemente e que foi com ele que ela havia assistido o filme pela primeira vez e agora ao revê-lo(filme) lembrou-se muito dele(pai).
Depois explicou os motivos que a levaram a mostrar este filme para nós.
Falou sobre a personagem do filme, sobre tudo que ela passou. A
história não teve um final tão feliz assim, mas ela tentou até o último momento. Lutou por aquilo que acreditava.

Depois em lágrimas a prof. virou-se para nós e disse que também acreditava em nós.
Disse que  conviveu um semestre inteirinho com a gente e não teria motivos para  nos enganar.
Falou que dentre aqueles alunos sentados a sua frente haviam pessoas muito criativas e com um potencial gigante e, que de forma alguma deveríamos deixar que isto escapasse de nossas mãos.
Falou que nossa profissão como tantas outras é uma profissão difícil e está bastante sucateada mas que isto não fizesse com que deixássemos de acreditar que as coisas poderiam ser diferentes, se de fato quisermos que elas sejam diferentes.
Falou muitas outras coisas que não me recordo perfeitamente agora mas ainda as sinto tão vivas dentro de mim.
E finalizou a conversa dizendo que assim como o pai dela acreditou até o último momento de sua vida, nós deveríamos também acreditar.

Todos a aplaudiram...

Parafraseando uma outra prof. minha "me deu vontade de abraça-la até matar." (rs)
E assim o fiz. Não, não a matei, somente  abrecei-a beeeem forte.
E outros amigos meus também...

Sei que para muitos o que acabei de contar não deve ser de muita importância, porém, para mim tem e muuuuita.
Quando passei no vestibular para jornalismo que é um curso ainda bastante concorrido por aqui, fiz milhões de promessas. 
Prometi que seria uma boa aluna e que daria tudo de mim para que assim fosse.
Mas depois que a euforia passou, a preguiça, a "marvada da preguiça"  começou a tomar conta e quase colocou tudo a perder este semestre.
Eu amo a profissão que escolhi, amo também meu curso , no entanto, vacilei bastante.
Passei dois anos de minha vida preparando-me para o vestibular sem direito à férias e, quando passei logo começaram as aulas, duas semanas depois do resultado. 
Isto fez com que minha empolgação logo cessasse e que uma outra vontade crescesse dentro de mim: QUERO FÉRIAS!!
Por conta disto não consegui envolver-me por completo nos meus estudos, vacilei bastante e agora tô correndo que nem uma doida para conseguir dar conta de tudo.
Me julguei bastante durante este período, a consciência começou a pesar, mas não foi suficente para me tirar desta "Momó."
"Não quero ser mais uma jornalista desempregada."  (pensava)
No entanto, não fiz nada para mudar os fatos.
É sempre assim, muitas vezes sabemos o que é correto fazer mas, vamos adiando, acumulando, e quando percebemos criamos uma bola de neve. 
E depois ainda temos a cara de pau de jogarmos a culpa para cima dos outros. É muito mais fácil não é? por que eu devo assumir minhas responsabilidades se eu posso jogá-las para outras pessoas?

"A culpa é do professor que tem marcação comigo." 

"A culpa é do fulano que não vai com minha cara" e assim por diante.

Tem uma frase que gosto muito que diz assim:

"Errar é humano. Jogar a culpa nos outros é mais humano ainda."

é tão mais tentador...

Fugir das dificuldades não as faz deixarem de existir.
Mas sempre há tempo para revertermos a situação.(Bem, na maioria das vezes sim)
Então levante este traseiro gordo desta cadeira e vá à luta.
Não espera não... Agora percebo o quanto o tempo é realmente curto.
Ou você acha mesmo que um dia você irá ouvir a campainha de sua casa soar e ao abrir a porta ouvirá alguém dizer:

"Oi, eu sou teu carro Okm e vim te buscar para dar uma volta"

- Oi, sou tua casa prória. Muito prazer.

- Oi, sou teu primeiro emprego.

- Oi, você  ganhou R$1.000.000,00.

- Oi, meu nome é conhecimento e vim te buscar. Bú

Não é impossível, mas... (rs)
Enquanto isto não acontece, temos que nos virar nos "30." 
Um dia a gente consegue. 

uhuuhuh

E oôhh, não vou fazer promessas de novo :X

Mas, sinto que agora com umas pitadinhas de motivação que ganhei o negócio vai começar a andar. Obrigada professora por me mostrar que apesar dos problemas "Tuuuudo é possível" (tá Eliana, ops...Hickman. Ahhh, esquece perdeu a graça.)

Agora vou indo pois,



Depois de um 0x0 no jogo Brasil e Portugal e de ouvir o Galvão Bueno dar um monte de palpite toscos (oi?)

Nada melhor do que fazer um artigo científico para refrescar a cabeça.

Chupa essa manga!!

p.s depois de 2 horas terminei este post e, para quem conseguiu ler até o final:
Parabéns, você é um guerreiro!

bjoO

Nenhum comentário:

Postar um comentário